Pais e cuidadores,
A ansiedade é uma emoção comum: nossos filhos, em algum estágio de suas vidas, devem senti-la quando se depararem com uma situação considerada “difícil” por eles.
Todos apresentamos uma ansiedade adaptativa, isto é, ela não pode nos causar sofrimento. Quando, por outro lado, percebemos nos nossos filhos, uma ansiedade exagerada em algumas situações, identificamos um quadro de ansiedade desadaptativa, ou seja, ansiedade que, ao invés de ajudá-los acaba os atrapalhando.
É importante lembrarmos, que todas as crianças e adolescentes experimentam medo e ansiedade como parte de seu desenvolvimento normal e que vários deles são apropriados em um estágio inicial do desenvolvimento, mas que podem ser menos apropriados quando a criança atinge determinada idade.
Os medos apropriados ao desenvolvimento podem abranger crianças que tem medo do escuro, de monstros imaginários, de vacinas, ferimentos, eventos naturais ou de se separar dos pais. Pré-adolescentes e adolescentes podem experienciar ansiedade com relação ao desempenho escolar, relações sociais e problemas de saúde. Em resumo, antes de nos preocuparmos, a idade dos nossos filhos deve ser levada em consideração quando pensamos a adequação e avaliação de suas respostas ansiosas.
A resposta ansiosa, com frequência, inclui sintomas fisiológicos (sudorese, batimentos cardíacos acelerado,“ frio na barriga”, entre outros), cognitivos (como “eu não consigo lidar com isso”) e comportamentais (evitar a situação provocadora de ansiedade). Essas respostas são frequentemente identificadas e descritas por nós, como “colapsos” emocionais desproporcionais e desiguais à situação vivenciada pelos nossos “pequenos”.
É importante considerar que muitos hábitos incorretos dos nossos filhos na alimentação, no sono e no lazer podem agravar o seu estado de ansiedade. A ideia é de que a mente e o corpo precisam ser cuidados igualmente - saúde é resultado da soma do nosso bem-estar físico e psicológico.
Alimentação. Sabemos que algumas substancias, principalmente a cafeína, presente em determinados alimentos, por exemplo, café, chá-mate, chocolate, energéticos, guaraná, refrigerantes de cola podem agravar a ansiedade. Além disso, o açúcar, as substancias químicas dos alimentos industrializados e artificiais, como corantes e conservantes, e as gorduras saturadas são suspeitos de provocar alteração no comportamento, principalmente em crianças. Assim troque as bebidas dos seus filhos, com cafeína por sucos de frutas naturais!
Dormir é a forma dos nossos filhos “recarregarem as baterias”.
Dormir pouco, não gera só cansaço, mas também aumenta a ansiedade, além de problemas de saúde e aprendizagem. Nossos filhos precisam dormir mais do que nós adultos, pois seu corpo e seu cérebro ainda estão em formação.
Então, não incentive que durmam na mesma hora que vocês!
Agora o lazer...muitos papais pensam, que lazer é sinônimo de estimulação, ou seja, de atividades que “agitam”, como esportes radicais, jogos eletrônicos, músicas em alto volume, compras em shopping ou coisas do gênero. Todas estas práticas podem ser muito divertidas, mas a estimulação em excesso pode aumentar os níveis de ansiedade dos nossos filhos, tendo assim, o efeito contrário daquele que buscamos em momentos de lazer: relaxar.
Para que os momentos de lazer sejam realmente relaxantes, é preciso que não haja preocupação com o desempenho ou com o resultado obtido com aquela atividade.
Esporte é lazer quando você o pratica por diversão e não para “ganhar medalha”!
Em geral, as melhores formas de lazer, são as atividades mais simples (de baixo investimento financeiro!), por exemplo, encontrar com os amigos para conversar, ler um livro, praticar atividades manuais ( quebra-cabeça, desenho, pingue-pongue, dança, etc...), realizar atividades físicas ao ar livre além de compartilhar práticas de casa, como cozinhar e organizar um armário.
Vale registrar sempre, que reduzir o seu contato com as telas de vídeo ( computadores, televisão, videogame, celulares...) fará muito bem para a sua saúde física e mental.
As práticas familiares e as intervenções terapêuticas comprovadamente aumentam a resiliência emocional dos nossos filhos ( e a nossa!) promovendo habilidades de enfrentamento sem deixar “ espaço” para que as dificuldades emocionais mais sérias possam ocorrer.
Divirtam-se em família sempre!
Beijos
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